segunda-feira, 6 de junho de 2011

Muitos livros e poucos leitores
Pe. Zezinho, scj

Enquanto advogados, médicos, sociólogos, psicólogos se atualizam, eles parecem não querer fazê-lo. A diferença é gritante. Coloque um desses comunicadores ao lado de outros especialistas médicos, engenheiros, advogados e até políticos e veja quem deles tem mais dificuldade de demonstrar conhecimento. É que os outros, bem ou mal, tiveram uma formação acadêmica. Eu disse e torno a dizer que ninguém precisa ser doutor; eu mesmo não o sou; mas tem que ser leitor. Não é o papel de uma Faculdade que vai nos garantir que somos competentes, mas as milhares de folhas de livros que nós manuseamos, estas, sim, determinarão o nosso falar, o nosso pensar e até o nosso agir. Somos hoje uma igreja de muitos livros, mas de poucos leitores. Pior ainda: muitos que falam a milhões de ouvidos não lêem mais de dois livros por ano...
Vivemos muito o que o nosso pregador preferido dizia e vivemos a repeti-los, quando, na verdade deveríamos viver do que pesquisamos, anotamos, lemos e aprofundamos. Não é uma comunicação católica profunda e nem chega a ser popular, porque não consegue dar ao povo o básico da Igreja. Em termos de catolicismo popular é o conteúdo que deveria chegar ao povo e não o pregador agradável. Também isso, mas somente quando seguido de citações da Igreja. Temos nos tornado uma Igreja de muitas excitações e poucas citações. O entusiasmo derrotou o conteúdo.
O amadorismo de inúmeros pregadores, que nunca se importaram em ler e se aprofundar fez escola. Felizmente está havendo mudança, porque alguns jovens sacerdotes já se formam na convicção de que precisam ler mais e que não podem nunca parar de ler e de estudar. Mas esses jovens sacerdotes, na sua maioria, não estão na mídia. Estão outros que, pelo que pregam, não se dão bem com livros. Desculpe a dureza da afirmação, mas a maioria dos sacerdotes sabe que digo uma verdade.
A igreja no Brasil produz um considerável número de livros, de antropologia, de sociologia e de pastoral, mas pouquíssimos lêem. A maioria dos que estão no rádio e na televisão, falando para milhões não os lê. E então, esses teólogos, antropólogos, sociólogos da fé e pensadores profundos não chegam ao povo, porque são de certa forma consciente ou inconscientemente boicotados pelos pregadores que não passam adiante esse conhecimento. E não passam porque não leram.
Eu disse isso muitas vezes na nossa Faculdade Dehoniana, disse-o em outros cursos que dei e direi, sempre que for necessário, em qualquer lugar onde for chamado a falar. O grande problema dos comunicadores católicos de hoje é o livro. Falta leitura e, faltando leitura, falta conhecimento. Faltando conhecimento, falta reflexão, faltando reflexão, falta catequese abrangente.
Vejo pensadores profundos na nossa Igreja, mas muitos deles não chegam nem sequer à mídia, não são divulgados. Penso nos sacerdotes cultos do passado, por exemplo, Antonio Vieira com seus sermões. Vejo que não são nem sequer levados em conta. Vejo uma Igreja que teve e tem grandes pensadores, mas eles não chegaram à mídia. No máximo, ficam em algumas estantes de livrarias de faculdades. A mídia católica em geral escolheu não repercuti-los, nem a eles, nem as encíclicas e documentos da igreja.
Quem vai convencer esses simpáticos e simpáticas comunicadores e comunicadoras de que não basta a sua simpatia e que precisam oferecer muito mais conteúdo do que estão oferecendo no rádio e na televisão. Quem vai provar a eles que estão dando 2 a 5% do que poderiam realmente dar, se tivessem na sua estante esses livros e os lessem? Que bispo vai ver o que está nas estantes desses pregadores? Quem vai correr o risco de ser mal visto e malquisto por eles, ao dizer verdades que eles precisam ouvir, já que todos os dias falam para milhões de católicos?
Quem não estiver afim de tapas nas costas, aplausos e popularidade arrisque-se, mas quem não quiser se incomodar com a controvérsia, aliás, proposta de maneira saudável pelo número 229 do Documento de Aparecida, omita-se. Quem quiser arrisque-se. Quem não quiser guarde silêncio, e diga só as coisas boas, aquelas que todo mundo gosta de ouvir e que não ferem ninguém.
Mas simpatia nem sempre rima com teologia e sabedoria nem mesmo com espiritualidade. Ninguém tem que ser um brutamonte para anunciar o evangelho, mas há momentos em que a simpatia é inconveniente ou insuficiente. Jesus às vezes dizia coisas duras. Também os apóstolos. E se há momentos em que a simpatia é extremamente necessária, há outros em que o que precisa ser dito deve ser dito. O pregador não pode ser simpático o tempo todo. Vez por outra terá que dizer o que deve ser dito, porque está nas encíclicas, está nos documentos da igreja.
Se ele escolhe só os textos que não o comprometam, para ganhar audiência, vai ganhar audiência, mas não fará catequese. É como se, ao divulgar uma mensagem do Papa, alguém divulgasse apenas as frases mais leves e suaves. Mais cedo ou mais tarde esses fiéis sentirão a falta de conteúdo daquela pregação e perceberão a mesmice de frases feitas, das expressões de comando e das orações eternamente repetitivas.
Haverá mudanças? No fruto bem próximo, não! Há uma geração cheia de boa vontade que lê pouco. Se começar a fazê-lo agora, veremos o resultado em dois ou três anos. Faltam livros e leitores na mídia dos católicos. Não é que esteja melhor entre os pentecostais e evangélicos. Mas cada Igreja supra as suas próprias deficiências. Estamos dando caldo de galinha a um povo que tem condições de assimilar alimento bem mais sólido.

www.padrezezinhoscj.com
SANTO DO DIA

Beato Lourenço de Villamagna, confessor

O confessor nasceu em Villamagna, a 15 de maio de 1476. Era filho de Silvestre de Masculis e de Pippa d'Eletto, ambos nobres e cristãos, piedosos e caritativos.
Batizado com o nome de Aurélio, o jovem logo sentiu-se atraído para as coisas de Deus. Buscou então, perto de Ortona, o convento de Santa Maria das Graças, embora o pai se opusesse àquela resolução.
Tomando o nome de Lourenço, fez com sucesso os estudos. E pôs-se a pregar. E pregou com grande êxito, às vezes a predizer coisas que se realizaram.
Em 1535 foi a Ortona para pregar a Quaresma, mas, assaltado pela doença que poria fim a sua vida, ali faleceu em 1535 com 59 anos, no dia 6 de junho, sendo enterrado na igreja de Santa Maria das Graças.
Um decreto de confirmação do culto foi-lhe outorgado pela Santa Sé a 28 de fevereiro de 1923.

São Bertrand de Angouléme, patriarca da Aquiléia e mártir

São Bertrand de Saint-Geniés nasceu em 1260, no castelo de Saint-Geniés, perto de Cahors.
Em 1316, graças a João XXII, tornou-se cônego de Angouléme, depois chantre de São Félix de Caraman. Mais tarde foi deão da catedral de Angouléme e, em 1328, diácono de Noyon.
A 4 de junho de 1334, foi nomeado patriarca da Aquiléia, tomando posse do cargo no dia 28 de outubro daquele mesmo ano.
Das missões diplomáticas que desempenhou, cita-se a que, sob Clemente VI, levou a bom termo: a rainha de Nápoles, Joana I, cujo marido, André, foi trucidado. Era acusada de adultério e de cumplicidade no assassinato do esposo. Ora, o irmão, o rei Luís da Hungria, dispôs-se a vingá-lo, apresentando-se para levar a cabo o intento, que só não foi consumado em virtude da intervenção do santo patriarca.
No dia 10 de maio de 1350, São Bertrand assistiu ao concílio de Pádua, onde se promulgaram novas prescrições contra os contendores dos direitos e pessoas eclesiásticas. O conde de Goritz, que conspirava contra os privilégios do patriarca, reunindo homens de sua confiança, fez com que atacassem o Santo.
Morto o patriarca, entre Sacilo e Spilimberg, levaram-lhe o corpo para Udine, enterrando-o diante do altar-mor.
Niclau de Luxemburgo, o novo patriarca, depois de vários sonhos, resolveu exumá-lo, encontrando-o intacto. Colocando-o sobre o altar, para que todos pudessem vê-lo, desde então as curas que ali se processaram foram infindas e impressionantes.
Clemente VIII, a 27 de abril de 1599 autorizou-lhe o culto público, e Bento XIV, em 1756, aprovou.

(com informações da Vida dos Santos, pe. Rohrbacher, volume X)
LITURGIA DIÁRIA

Segunda-feira, 6 de junho de 2011
VII Semana da Páscoa

Primeira Leitura (At 19,1-8)

1Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as re­giões montanhosas e chegou a Éfeso. Aí encontrou alguns discípulos e perguntou-lhes: 2“Vós rece­bestes o Espírito Santo quando abraçastes a fé?” Eles responderam: “Nem sequer ouvimos dizer que existe o Espírito Santo!”
3Então Paulo perguntou: “Que batismo vós recebestes?” Eles responderam: “O batismo de João”. 4Paulo disse-lhes: “João administrava um batismo de conversão, dizendo ao povo que acreditasse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus”. 5Tendo ouvido isso, eles foram ba­tizados no nome do Senhor Jesus.
6Paulo impôs-lhes as mãos e sobre eles desceu o Espírito Santo. Começaram então a falar em línguas e a profetizar. 7Ao todo, eram uns doze homens. 8Paulo foi então à sinagoga e, durante três meses, falava com toda convicção, discutindo e procurando convencer os ouvintes sobre o reino de Deus.

Salmo de meditação (Sl 67)

Reinos da terra, cantai ao Senhor.

— Eis que Deus se põe de pé, e os inimigos se dispersam! Fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor! Como a fumaça se dissipa, assim também os dissipais, como a cera se derrete, ao contato com o fogo, assim pereçam os iníquos ante a face do Senhor!
— Mas os justos se alegram na presença do Senhor; rejubilam satisfeitos e exultam de alegria! Cantai a Deus, a Deus louvai, cantai um salmo a seu nome! O seu nome é Senhor: exultai diante dele!
— Dos órfãos ele é pai, e das viú­vas protetor; é assim o nosso Deus em sua santa habitação. É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura.

Evangelho do dia (Jo 16,29-33)

Naquele tempo, 29os discípulos disseram a Jesus: “Eis, agora falas claramente e não usas mais figuras. 30Agora sabemos que conheces tudo e que não precisas que alguém te interrogue. Por isto cremos que vieste da parte de Deus”. 31Jesus respondeu: “Credes agora? 32Eis que vem a hora – e já chegou – em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis só. Mas eu não estou só; o Pai está comigo. 33Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo, tereis tribulações. Mas, tende coragem! Eu venci o mundo!”

Comentário

D. Jordi Castellet i Sala
(Sant Hipòlit de Voltregà, Barcelona, Espanha)

«Mas tende coragem! Eu venci o mundo»

Hoje podemos ter a sensação de que o mundo da fé em Cristo se debilita. Existem várias notícias que vão contra a fortaleza que quereríamos receber de uma vida fundamentada integramente no Evangelho. Os valores do consumismo, do capitalismo, da sensualidade e do materialismo estão em voga e em contra de tudo o que suponha pôr-se em sintonia com as exigências evangélicas. Não obstante, este conjunto de valores e de formas de entender a vida não nos dão nem a plenitude pessoal nem a paz, mas apenas trazem mais mau estar e inquietude interior. Não será por isso que, hoje, as pessoas que vão pela rua enferrujadas, fechadas e preocupadas com um futuro que não vêm nada claro, precisamente porque o hipotecaram ao preço de um carro, de um apartamento ou de umas férias que, de fato, não se podem permitir?
As palavras de Jesus convidam-nos à confiança: «Eu venci o mundo» (Jo 16,33), quer dizer, pela sua Paixão, Morte e Ressurreição alcançou a vida eterna, aquela que não tem obstáculos, aquela que não tem limite e superou todas as dificuldades.
Os de Cristo vencemos as dificuldades tal e como Ele as venceu, apesar de na nossa vida também termos de passar por sucessivas mortes e ressurreições, nunca desejadas mas assumidas pelo próprio Mistério Pascal de Cristo. Por acaso não são “mortes” a perca de um amigo, a separação da pessoa amada, o fracasso de um projeto ou as limitações que experimentamos por causa da nossa fragilidade humana?
Mas «em tudo isso, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou» (Rom 8,37). Sejamos testemunhas do amor de Deus, porque Ele em nós «fez (…) grandes coisas» (Lc 1,49) e deu-nos a sua ajuda para superar todas as dificuldades, inclusivamente a da morte, porque Cristo nos comunica o seu Espírito Santo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Descubra o amor
Mahatma Gandhi

Pegue um sorriso e doe-o a quem jamais o teve.
Pegue um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite.
Descubra uma fonte e faça banhar-se quem vive no lodo.
Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.
Pegue a coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.
Descubra a vida e narre-a a quem não sabe entendê-la.
Pegue a esperança e viva na sua luz.
Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar.
Descubra o amor e faça-o conhecer ao mundo.
SANTO DO DIA

São Marcelino e São Pedro, mártires

Os santos de hoje, pertenceram ao clero romano no século IV e viveram no contexto da grande perseguição contra a Igreja de Cristo, por parte do Imperador Diocleciano.
Foram mártires por causa do amor a Jesus.
Foram presos e, na cadeia, souberam que o responsável daquela prisão estava deprimido e sua filha estava sendo oprimida por um espírito maligno. E quiseram saber o por quê.
Eles então anunciaram Jesus àquele pai e falaram do poder do Senhor para libertar sua filha. Conseguiram liberação, foram até a casa daquela família, anunciaram Jesus, oraram pela libertação daquela criança e — por graça divina! — toda a família se converteu, aceitando o santo Batismo.
Posteriormente, esse pai de família também foi preso e martirizado.
Pedro e Marcelino foram decapitados no ano de 304. Em vida, foram instrumentos da Divina Providência para que a evangelização chegasse a essa família e a tantas outras pessoas. 
Os santos demonstram com a vida e até com a morte, no caso dos mártires, que o amor precisa ser o mais importante.
Peçamos a intercessão destes santos para que a nossa evangelização seja centrada no amor de Deus, para que muitas famílias se convertam e se tornem sinais visíveis deste amor que santifica e salva, o amor de Deus.
LITURGIA DIÁRIA

Quinta-feira, 2 de junho de 2011
VI Semana da Páscoa

Primeira Leitura (At 18,1-8)

Naqueles dias, 1Paulo deixou Atenas e foi para Corinto. 2Aí encontrou um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, que acabava de chegar da Itália, e sua esposa Priscila, pois o imperador Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo entrou em contato com eles. 3E, como tinham a mesma profissão – eram fabricantes de tendas – Paulo passou a morar com eles e trabalhavam juntos.
4Todos os sábados, Paulo discutia na sinagoga, procurando convencer judeus e gregos. 5Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo dedicou-se inteiramente à Palavra, testemunhando diante dos judeus que Jesus era o Messias. 6Mas, por causa da resistência e blasfêmias deles, Paulo sacudiu as vestes e disse: “Vós sois responsáveis pelo que acontecer. Eu não tenho culpa; de agora em diante, vou dirigir-me aos pagãos”.
7Então, saindo dali, Paulo foi para casa de um pagão, um certo Tício Justo, adorador do Deus único, que morava ao lado da sinagoga. 8Crispo, o chefe da sinagoga, acreditou no Senhor com toda a sua família; e muitos coríntios, que escutavam Paulo, acreditavam e recebiam o batismo.

Salmo de meditação (Sl 97)

O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.

— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
— O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
— Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!

Evangelho do dia (Jo 16, 16-20)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
16“Pouco tempo ainda, e já não me vereis. E outra vez pouco tempo, e me vereis de novo”. 17Alguns dos seus discípulos disseram então entre si: “O que significa o que ele nos está dizendo: ‘Pouco tempo, e não me vereis, e outra vez pouco tempo, e me vereis de novo’, e: ‘Eu vou para junto do Pai?’”.
18Diziam, pois: “O que significa este pouco tempo? Não entendemos o que ele quer dizer”. 19Jesus compreendeu que eles queriam interrogá-lo; então disse-lhes: ‘Estais discutindo entre vós porque eu disse: ‘Pouco tempo e já não me vereis, e outra vez pouco tempo e me vereis?’
20Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”.

Comentário

Jesus permanece nos discípulos
José Raimundo Oliva

Após a ceia, em sua despedida Jesus fala sobre a sua glorificação e partida, a alegoria da videira, e a vinda do Espírito Santo. Agora, explicando a sua partida, a fala que se inicia é sobre o pouco de tempo que resta para não mais verem Jesus, e mais um pouco em que ele será visto de novo. Esta afirmação é repetida por três vezes neste rápido diálogo. No evangelho de João o projeto de Deus, revelado, segue a seguinte trajetória: a Palavra, o Filho, que estava em Deus, se faz carne e habita entre nós; convive conosco e é glorificado em sua missão libertadora e vivificante, como enviado pelo Pai; volta ao Pai mas mantém sua comunhão de vida com os discípulos, fazendo sua morada naqueles que o seguem, juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Ao contrário dos evangelhos sinóticos, João não fala de uma outra "volta" de Jesus ao mundo no fim dos tempos, a Parusia, mas sim na permanência dos discípulos nele, e dele e do Pai nos discípulos, em comunhão de amor.

Oração

Pai, que o meu testemunho de vida cristã seja tal, que as pessoas possam "ver" Jesus nas minhas palavras e nos meus gestos de amor ao próximo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Apenas um rio que passa
Pe. Zezinho scj

Minha canção não é importante nem indispensável.
Sou apenas mais um cantor entre os milhões que cantam.
Se eu parasse de cantar, o mundo ainda giraria, o sol ainda brilharia e a chuva ainda molharia as flores; meu país continuaria o mesmo e minha Igreja continuaria louvando e celebrando, sem mim.
Sou apenas um pouco água de riacho que passa.
Se eu me calar, em menos de três anos estarei esquecido.
A Igreja é muito rica de gente nova e de novidades.
Ninguém dura para sempre.
Minhas mensagens sobreviverão se tiverem conteúdo eclesial.
Minha palavra e minha canção não são importantes.
Se eu me calasse, o mundo nem perceberia que me calei porque, hoje, exceto por uns poucos, ele nem sabe que eu existo, escrevo, prego e canto.
Sou apenas um pouco de vento que sopra aqui e agora, em apenas alguns ouvidos .
Por isso, não darei à minha palavra nem à minha canção maior importância do que elas têm.
Minha canção não mudou nem mudará o mundo.
Há salmistas melhores do que eu e vozes, palavras e canções mais bonitas do que as minhas na Igreja onde eu canto.
Muitos jovens já me suplantaram e me suplantarão.
Alguns irmãos me acham famoso, mas eu me acho apenas um cantor de Igreja
que em alguns momentos fala com Deus cantando.
Nunca pensei ser mais do que isso!
Há porta-vozes da fé que se acham importantes porque sua palavra foi repetida.
Tomarei cuidado com minha canção.
Ela não pode ser mais importante do que é.
Meu violão não pode substituir nem a Bíblia nem o Cálice, nem a Palavra do Papa e dos Bispos, que grafo com letras maiúsculas, para não esquecer o meu lugar na Igreja.
Sou apenas profeta menor que canta, mas profeta menor.
Graças a Deus há profetas melhores e maiores do que eu na nossa Igreja.
Por isso, da próxima vez que me chamarem para cantar, escutem minha voz e meu violão e cantem comigo, mas não olhem demais para mim; eu não tenho o que a Igreja de sua diocese tem a lhes oferecer.
Sou seta que aponta o caminho.
Não parem em mim porque Jesus é mais adiante.
Eu não passo de um rio que passa!

www.padrezezinhoscj.com